quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Rua Sésamo faz 40 anos

"“O Sol nasceu. Como está lindo o céu. Cá vou eu, vem tu daí também. Aprender como se vai até à Rua Sésamo”. Certamente que conhece esta letra. E quem não se lembra ainda do Egas e Becas, os amigos inseparáveis que entretinham muitas crianças? Para não falar do monstro das Bolachas, que tal como o nome indica não pensava senão em bolachas, e do Poupas, o famoso pássaro amarelo, que por cá ganhou a cor laranja, que fazia as delícias dos espectadores mais novos.
A Rua Sésamo, baseada num programa infantil da televisão americana “Sesame Street”, começou a ser emitida em Portugal apenas em 1989, tendo estreado nos Estados Unidos a 10 de Novembro de 1969.

Com várias personagens que nos ficam na memória, a Rua Sésamo era um programa educacional que ensinava os mais pequenos de forma divertida, um desses exemplos é a canção do alfabeto em que duas personagens se juntam para animadamente cantar as letras do alfabeto. Para além das alusões aos números, às cores, às formas e até o apelo à tolerância étnica.

Em Portugal, a Rua Sésamo já não é emitida há vários anos na televisão. Mas, nos Estados Unidos este dia é celebrado com o início de uma nova temporada, contando até com a presença da primeira-dama, Michelle Obama. Afinal o dia de hoje é considerado o dia da Rua Sésamo.

Os vários episódios da Rua Sésamo correram o mundo, tendo chegado a mais de 120 países. Os personagens tiveram uma grande projecção fora do programa, sendo criados brinquedos, entre outros produtos relacionados com os bonecos animados.

A Rua Sésamo surgiu a partir de Joan Ganz Cooney e Lloyd Morrisett e para os mais saudosistas, actualmente, este programa conta com um site na internet, onde se podem encontrar vídeos, jogos e uma zona dedicada às personagens desta série infantil. O endereço é www.sesamestreet.org .

Para além disso, é de referir que Jim Henson foi o criador dos bonecos animados deste programa infantil, tendo ficado conhecido pela sua outra criação e manipulação de bonecos, em "The Muppet Show". " (in Publico.pt)



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Memória de infância

Papoilas, a minha perdição de criança. O brilho do meu olhar era evidente quando avistava campos de vermelho a perder de vista. Talvez o fascínio pela cor fosse na altura uma premonição dos meus futuros ideais ou quem sabe da minha paixão benfiquista. Uma flor tão singela mas ao mesmo tão dominate. Entra no nosso olhar e facilmente fica retida na nossa memória. Naquele tempo, talvez com os meus 6 anos de idade, desconhecia nomes estranhos como Papaveraceae ou Magnoliopsida, familia e classe respectivamente, a sua beleza bastava-me para ficar minutos a fio a contemplar uma simples flor.

Monet abordou esta temática e disso exemplo é a imagem anexada a esta curta memória. Claude Monet (1840-1926) foi um pintor francês e um dos mais célebres no movimento impressionista. Este quadro foi pintado em 1873 a óleo sobre tela e tem como título “Campo de Papoulas”. Ao contemplar com deleite esta obra no Museu d'Orsay, Paris, tive de imediato um flashback aos meus tempos de catraia.



Vejo com toda a nitidez as viagens em família no nosso fiat 127 onde a Margarida se colava ao vidro à procura do tão desejado “mar vermelho”. A ternura de uma criança facilmente se sobrepõe à sua fraca argumentação e depois de muitas tentativas lá parava o meu pai o carro e saia eu radiante para colher ramos e ramos de flores. Para minha tristeza quando chegava a casa já estavam murchas. Não compreendia porque não conseguia levar tamanha beleza para dentro de casa. Mais tarde percebi que da mesma forma que um passarinho não gosta de uma gaiola também uma papoila não gosta da jarra e que a verdadeira beleza da flor é mesmo o seu estado selvagem.

Bob Dylan- Subterranean Homesick Blues

sábado, 7 de novembro de 2009

Vamos destronar António de Oliveira Salazar

Ai, Margarida,

"Ai, Margarida,

Se eu te desse a minha vida,

Que farias tu com ela?

— Tirava os brincos do prego,

Casava c'um homem cego

E ia morar para a Estrela.



Mas, Margarida,

Se eu te desse a minha vida,

Que diria tua mãe?

— (Ela conhece-me a fundo.)

Que há muito parvo no mundo,

E que eras parvo também.



E, Margarida,

Se eu te desse a minha vida

No sentido de morrer?

— Eu iria ao teu enterro,

Mas achava que era um erro

Querer amar sem viver.



Mas, Margarida,

Se este dar-te a minha vida

Não fosse senão poesia?

— Então, filho, nada feito.

Fica tudo sem efeito.

Nesta casa não se fia."



(Álvaro de Campos)



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Barcelona en mis ojos

A cidade que desperta em mim as mais diversas sensações.. Todas as palavras seriam poucas para expressar a magnificiência artistica e cultural com que nos deparamos em cada virar de esquina, em cada avenida ou até mesmo numa simples frontaria. Plaça Catalunya ou o mesmo seria dizer “coração da cidade”, local de convergência de culturas, de cores, de cheiros.. Cada movimento tem o seu propósito, a sua intensidade e a sua necessidade monetária, turistica ou simplesmente rotineira. Um infindável número de opções levantam-se quando pensamos que direcção tomar. Descer a Rambla é sentir o movimento inebriante dos corpos em eterna correria ou simplesmente em contemplação das mais diversas expressões artisticas. Vislumbra-se ao fundo Colombo que traz consigo o cheiro a maresia, primeiro estranha-se mas depois entranha-se. O tempo tende em parar quando nos sentamos junto àquela ponte com sinalização. Parece ser a única que faz com que multidão que a precorre pare de tempos a tempos. O simples acto de observar o mar e de ouvir o som das gaivotas com todo este plano de fundo preenche-me e acalma-me. Olho para o lado e vejo um catalão a dormir a sua “siesta” deitado sobre aquelas duras tábuas como o fará certamente no dia seguinte.


Caminhar pelo Passeig de Gracia é procurar a casa Batló e a La Pedrera. No caminho qualquer fachada merece dois minutos de atenção, o edifício que vem a seguir consegue sempre superar o anterior. Os preços excessivos que as montras das lojas vão exibindo libertam em mim um sorriso e uma brincadeira inerente, onde os seguranças pregados nos fuzilam com o seu olhar. Um simples candeeiro consegue mostrar todo o seu esplendor onde afirma-mos convictamente “É Gaudi, sem sombra de dúvida!”.

Falar de Barcelona é impossivel sem citar o nome de Anthony Gaudi. Começando pela casa Batló e por La pedrera passando pela Sagrada Família e pelo Parc Guell. Não há uma que goste mais que outra, são todas de tamanha grandiosidade que é impossivel até mesmo descrever.
Barcelona é entrar num qualquer café e ser presenteada por um simples e simpatico “Hola!!”, ficar sentada numa esplana a comer uns tapas enquanto contemplo as diferenças ideologicas e culturais. Barcelona é ter a melhor companhia num passeio pelas ruas onde a cada minuto que passa me apaixono mais pela sua pessoa. Um muito obrigado ao meu companheiro destas e outras aventuras, sem ele toda esta vivência não teria certamente o mesmo encanto.